Post à réplica de um artigo da IDG Now

O Sr. Ricardo Bánffy postou em seu espaço no webinsider uma resposta ao seguinte artigo no IDG Now, e eis que me pus a escrever, mas acho que o espaço ficaria muito pequeno, então resolvi postar meu comentário aqui.

Caro Ricardo Bánffy,

Ótima resposta. Parabéns.

Li o tal artigo na IDG Now e acho que todos os comentários do seu post. No primeiro fiquei realmente impressionado pois há tempos não via tanto argumento contra o Linux num artigo só, e no seu espaço, como sempre, vários defensores ardorosos da Microsoft - espero que todos tenham suas parcelas em ações da empresa -, colocando suas justificativas e pontos de vista.

Acho que o maior problema do usuário do Windows é semelhante ao "Mito da Caverna" e não conseguem enxergar além das "janelas" - o mundo é muito maior. Não conseguem conceber ou mesmo aceitar que algo seja simplesmente diferente. Vários declaram que usam os dois sistemas e sabem lidar bem com isso, o que nos leva a acre que linux e Windows podem conviver juntos na mesma máquina de uma única pessoa, então há salvação para o pingüim, como o artigo do IDG Now tenta remendar no final, uma luz no fim do túnel, mas colocar o linux num nicho de mercado de aparelhos embarcados e outros equipamentos menores (o que já acontece há muito tempo) é no mínimo demonstrar o quanto estão desinformados.

Aqui em casa usamos apenas linux há mais de dois anos. Meus pais compraram um PC com Win Vista SE, com vários programas trial para 30 ou 60 dias. Minha namorada usa Ubuntu desde o começo do ano passado e eu uso Linux desde 1998 e não escondo que apanhei muito do sistema no começo, mas acho que posso dizer que estou vivo para contar a história.

Usuário muda de SO se quiser: mais recursos, outros programas, mais liberdade, maior disponibilidade, menos travamentos, etc. Se houver quem o guie, esse quem deveria ser um técnico ou especialista responsável e conhecedor de tecnologia e não apenas de produtos para poder indicar e personalizar um sistema para as necessidades do usuário.

Usuários leigos têm mais chances de se darem bem com o Linux, pois o mesmo atende a mais de 90% de suas necessidades. Usuários mais avançados, como os micreiros, overclockers, gamers, analistas de sistemas/redes/suporte, desenvolvedores, etc. têm mais condições de adaptarem um SO livre às suas necessidades, sem terem que pagar para serem moldados à maneira de ser da Microsoft, claramente voltada a escritórios. Basta saberem se preferem tomar rédeas de pelo menos esse aspecto em suas vidas, ou não, caso não se preocupem em ter que se submeterem às ideologias de uma dúzia de diretores de produtos e sócios analistas que determinam o rumo da empresa e seus produtos, e do mercado.

Ao gamers, meus respeitos, mas ficar correndo atrás da melhor máquina, de três em três meses (gastando tubos de reais e dólares), comprando placas mãe, placas de vídeo, processadores, módulos de memória, etc, não é lá muito inteligente, mas vá lá! Se têm grana para gastarem e não se preocupam em ficar escravos de números de FLOPS, Frame Rates, Clocks, etc... be happy. Por mim estou satisfeito com um PS2 e um dia quem sabe mudo pra um PS3.

Desculpem-me os usuários windows e principalmente seus advogados, mas o Linux já está preparado para o Desktop, desde o KDE3 que traz as ferramentas mais utilizadas para um usuário simples, e mesmo o GNOME 2, com suas configurações básicas e instantâneas.

O desktop Linux pode parecer feio, mas o que percebo é que tudo que é desconhecido é temeroso, e tudo que não é familiar é ameaçador aos nossos olhos. Quem vencerá essa luta entre defensores? Se há uma guerra é de egos, pois acho que todos costumamos nos apegar ao que é mais seguro, e geralmente o desconhecimento é mais reconfortante que o inquietante saber das coisas.

Há quase dez anos resolvi me apegar ao que desperta mais e mais o meu interesse pela informática. O Linux me foi apresentado em forma de um CD do Conectiva Red Hat Linux Marumbi e desde então muitas outras distribuições passaram por minhas mãos e talvez o Ubuntu 8.10 instalado no meu notebook dê lugar ao Slackware ou OpenSuse.